quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ESDRAS E A PROSPERIDADE





Em tempos de “Teologia da Prosperidade”, e de campanhas-mil para prosperar nas "igrejas", um personagem e um texto das Escrituras merece ser lembrado:

“Esdras chegou a Jerusalém no quinto mês, no sétimo ano deste rei; pois, no primeiro dia do primeiro mês, partiu da Babilônia e, no primeiro dia do quinto mês, chegou a Jerusalém, segundo a boa mão do seu Deus sobre ele. Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos” (Esdras 7:8-10).

A bênção do Senhor nunca vem sem causa ou caminho. Não é uma mágica em que eu digo algumas palavras, uso um amuleto, faço um ritual (de unção ou coisa semelhante), um sacrificio “financeiro”, e sou abençoado automaticamente. Para ter o prazer da chegada do favor divino, é preciso caminhar na estrada que leva a este favor. O sacerdote e escriba Esdras, foi um homem abençoado por Deus na sua missão de liderar seu povo no retorno a sua terra, mas o fato de o Senhor o fazer prosperar em seu objetivo, deu-se por alguns motivos, alguns pré-requisitos que Esdras preencheu.

a) Israel, cativeiro e retorno.
Os livros de Esdras e Neemias foram escritos para contar a história do retorno dos cativos de Israel e encorajar os judeus que haviam retornado deste exílio/cativeiro. A história bíblica nos mostra que na época de Salomão o país de Israel foi dividido em dois reinos: Israel (Norte) e Judá (Sul) (2Rs.12). No período de 732-723 a.C, o reino do Norte foi subjugado pelo império Assírio (2Rs.17), e o reino do Sul foi subjugado pelo império babilônico, em 587 a.C. (vd. 2Rs.24-25).
Em 539 a.C. o império Persa conquistou o babilônico e abriu caminho para o povo judeu voltar a sua terra. Esdras e Neemias foram duas peças chaves nesse retorno.

b) O segredo de Esdras.
Edras 7:8-9 mostra que Esdras chegou a Jerusalém com o propósito de organizar o povo que estava voltando, e que ele foi bem sucedido em sua incubência. Diz que a boa-mão de Deus era com ele para fazê-lo prosperar em tudo. Agora, o que levou ao Senhor estender sua mão sobre seu servo Esdras? O versículo 10 começa dando essa resposta com uma conjunção: “porque” (em razão de que, pelo motivo de, porquanto), esta é a chave deste texto. O autor vai começar a mostrar o motivo real da prosperidade de Esdras. Esdras tinha preparado o seu coração para:

* Buscar a Palavra do Senhor. Ela serviria de guia para o seu trabalho de reconstrução daquela nação. Era a partir da Bíblia (o AT na época) que ele ia começar o seu trabalho de formação e informação daquele povo. O capitulo 8 de Neemias exemplifica bem isso.
*Esdras além de buscar as Escrituras, assentou no coração o propósito de a cumprir. Pois é só isso que dá validade a essa busca. Pois ele sabia que o mero buscar da Lei do Senhor de nada serve, e ele teria que completar sua busca com a prática necessária. (vd. Sl. 1; Tg. 1:22-25).
*Esdras se dispôs a ensinar a Palavra de Deus ao povo, Palavra essa que o fazia prosperar e faria aquele povo prosperar também na difícil missão de se estabelecer de novo naquela terra. Isso se a buscassem como ele. Seu intento de ser um praticante da Palavra era para que as pessoas pudessem ver nele o exemplo a seguir e respeitassem a sua autoridade para ensinar. Quem ensina o que não pratica joga palavras ao vento.

Buscar, cumprir e ensinar as Escrituras, foi por isso que Esdras prosperou no que fez, esse era o seu segredo da prosperidade, o seu mistério. Na Bíblia o sucesso do servo de Deus está atrelado a prática da Sua Palavra (Dt. 29: 9; Js. 1:8; 2Cr.22:13; 31:21;Mt.7:24-27). Talvez, o motivo de tantas campanhas para a prosperidade nas igrejas atualmente seja o desprezo pela Palavra de Deus, ou o seu uso como amuleto da sorte, oráculo de supertição. A bênção do Senhor prospera e enriquece (Pv. 10:22), mas ela vem pela Palavra dEle. Que lugar tem a prática bíblica em nossa prosperidade? Isso dá panos pras mangas.

Por.: Joelson Gomes
www.livrepostagem.blogspot.com

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