quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

O MAGNIFICO DEUS DE MARIA


“A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome. A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem. Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos. Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos. Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre, como prometera aos nossos pais.” Lucas 1.46-55



Maria vê claramente uma das coisas mais notáveis a respeito de Deus: ele está prestes a mudar o curso de toda a história da humanidade; as três décadas mais importantes de todos os tempos estão prestes a começar.

E onde está Deus? Ocupando-se com duas mulheres humildes e desconhecidas — uma velha e estéril (Isabel), uma jovem e virgem (Maria). E Maria está tão comovida com esta visão de Deus, o amante dos humildes, que irrompe em canção — uma canção que chegou a ser conhecida como “o Magnificat” (Lc 1.46-55).

Maria e Isabel são heroínas maravilhosas no relato de Lucas. Ele ama a fé dessas mulheres. Parece que a coisa que mais o impressiona e aquilo com que ele deseja impressionar Teófilo, o nobre leitor do seu evangelho, é a singeleza e a alegre humildade de Isabel e Maria, ao se submeterem ao seu Deus magnífico.

Isabel diz: “E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?” (Lc 1.43). E Maria diz: “Porque contemplou na humildade da sua serva” (Lc 1.48).

As únicas pessoas cujas almas podem realmente magnificar o Senhor são pessoas como Isabel e Maria — pessoas que reconhecem sua condição humilde e estão maravilhadas pela condescendência de Deus magnífico.



Artigo: Devocional Boas-Novas de Grande Alegria - Johw Piper

sábado, 30 de outubro de 2021

Não despreze o Halloween


Está chegando o Halloween e com ele a angústia de muitos cristãos, principalmente pais que não sabem como lidar com os filhos que são convidados para participar de festas na escola, na vizinhança, etc. As preocupações são legítimas e muitas vezes, para não dizer na maioria das vezes, os pais querem blindar os seus filhos da cultura deste mundo. Entretanto, acredito que perdemos uma excelente oportunidade de fazer conexões significativas e aproximar nossos filhos e demais pessoas com a mensagem do evangelho.

Quando estudamos cosmovisão cristã, temos diante de nós alguns parâmetros que nos ajudam a fazer uma leitura mais sensível e honesta tanto da nossa cultura, quanto das interações que podemos ter com a cultura cristã. Olhar pelas lentes do cristianismo nos libertará de um cativeiro privado da fé e mais, nos mostrará que a nossa identidade cristã não é moldada pela cultura secular, mas pelo próprio Deus que nos deu vida juntamente em Cristo.

O próprio Jesus, aliás, foi quem disse em sua oração ao Pai que está registrada em João 17 que o Senhor não nos tirasse do mundo, mas nos livrasse do maligno. Ainda pediu ao Pai que nos santificasse na verdade, sendo a Sua Palavra a verdade. Pois bem, uma vez inseridos neste mundo, vivendo nesta era com todas as características de uma cultura que despreza o Senhor e sua Palavra, como podemos achar os pontos de conexões para pregar o evangelho?

Minha proposta é que avaliemos as nossas interações com as atividades seculares a partir daquilo que os autores que escrevem sobre cosmovisão sugerem: Rejeitar, Receber e Redimir. Uma vez que aplicamos este modelo avaliativo, conseguiremos interagir de forma intencional, uma interação que não se rende aos padrões do mundo, mas que exercer influencia e impacta a cultura secular através do evangelho.

Rejeitar: O que do Halloween eu, como cristão, preciso rejeitar? Primeiramente, precisamos falar sobre a origem do Halloween. A origem da festa é pagã e tinha como objetivo comemorar o fim do verão e o começo do novo ano Celta e suas colheitas. Por ser uma festa muito popular, houve uma aproximação por parte da Igreja Católica que, por sua vez mudou o calendário do Dia de Todos os Santos. Era 13 de Maio e foi para 1º de Novembro e assim as festas quase que se fundiram.

No dia 31 de Outubro as pessoas faziam alguns rituais para tentar conter a maldade dos mortos que, neste dia se encontravam entre o mundo espiritual e o mundo real, e destruíram tanto as pessoas quanto as colheitas. As pessoas faziam fogueiras, invocavam os mortos, acendiam velas e rezavam por famílias para que os espíritos não os perturbassem.

Pois bem, nós precisamos rejeitar este tipo de prática. Nós não temos motivos para invocar mortos, sermos aprisionados pelo medo ou fazer rituais para que os espíritos não venham a fazer algo de ruim a nós. Rejeitamos esta prática pois temos em nós a presença do Espírito Santo que nos guia na verdade, porque temos a certeza da Obra de Cristo na cruz como o único intermédio entre Deus e os homens e o único que venceu a morte e voltou à vida. Além disso, rejeitamos esta prática pois não precisamos invocar espíritos, visto que já temos livre acesso ao nosso Pai.

Receber: Além de sua origem e práticas pagãs, uma vez que o Halloween é uma data festejada em boa parte do mundo, naturalmente foram acrescentados novos elementos e formas de enxergar a festa. O próprio espírito “festivo” da comemoração é visto de outra forma nos dias de hoje. Pode ser que em alguns contextos não, mas provavelmente, quando você ou seu filho é convidado para essa festa, as pessoas não vão fazer fogueiras, invocar espíritos e fazer rituais desta natureza. Na maioria das vezes é mais um motivo para colocar as crianças para brincar e comer alguns doces. Acredito que, com muita sabedoria e de forma intencional, podemos sim interagir neste ambiente amistoso e criativo.

A nossa identidade em Cristo é o suficiente para entendermos que uma festa não vai mudar a minha vida. Hoje em dia, é mais fácil pessoas se perdendo em festas de casamento que, logo após uma cerimônia linda e abençoada, os noivos oferecem um verdadeiro altar para todo tipo de perversidade, do que participar de uma festa do Halloween com os amiguinhos da escola ou da vizinhança.

Eu sei que o argumento pode abrir precedentes para outro tipo de aproximação com a cultura secular, mas precisamos considerar as nossas interações. O apóstolo Paulo já disse que tudo é lícito, mas nem tudo convém. Desta forma, você precisa avaliar e ver se no seu contexto há pontos de conexões que vão gerar algum tipo de relacionamento que seja intencional. É uma boa oportunidade do cristão “sair da toca” e fazer amizades com outras pessoas a fim de testemunhar do amor de Deus para elas.

Redimir: Há um ponto de referência na fé cristã e este ponto é a criação de Deus. O Senhor nos criou com o propósito relacional, nos deu estrutura para vivermos estes relacionamentos e nos capacitou para desenvolvermos tudo que Ele colocou à nossa disposição para a Sua glória! O rumo que a história da humanidade tomou depois que Adão e Eva rejeitaram o Senhor, fez com que vivêssemos todos os efeitos da maldade na raça humana. Cristo é quem redime todas as coisas. A Obra de Cristo, planejada desde a eternidade e concretizada através da sua morte e ressurreição nos ajuda a olhar para este ponto de referência que é a criação, mas também a olhamos para frente, pois Ele nos dá nova vida e coloca o nosso olhar na eternidade.

Sendo assim, como posso redimir o Halloween? A festa em si, com suas tradições e origem pagã certamente não será redimida, mas ela gera conexões para falarmos do evangelho, para testemunharmos a nossa nova vida em Cristo e vivermos neste mundo quebrado, redimidos por Cristo e com esperança na eternidade.

Um amigo me contou que quando foi fazer o seu mestrado em teologia nos EUA a igreja em que ele servia tinha uma estratégia muito interessante nesta data. Ao invés de apenas rejeitar ou receber, eles olharam como uma oportunidade de redimir. Todo ano faziam uma festa do Halloween para toda comunidade e isso em si já gerava um impacto: “como assim, uma igreja fazendo uma festa dessa?”, “o cristão também pode participar?”. Nesta festa não tinha nada demais, não passava de uma festa com pessoas fantasiadas comendo e brincando.

Uma vez que quebraram este estereotipo, as pessoas que foram na festa voltavam no próximo domingo e quando chegavam lá, intencionalmente a igreja estava preparada para recebê-los e pregar o evangelho. Por uma simples intervenção como essa, muitas vidas foram transformadas por Cristo por meio da pregação da Sua Palavra.

Se o Halloween é culturalmente comemorado em quase todo o mundo, nós, como cristãos, precisamos lembrar e celebrar o dia 31 de Outubro como um marco na história da igreja e da sociedade. Precisamos celebrar, pois através de atos santos e corajosos de homens de Deus, hoje temos Bíblia em nossas mãos.

Em 31 de Outubro de 1517 Martinho Lutero afixou as 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. Do ponto de vista teológico, a Reforma Protestante tratou de três questões fundamentais afirmando que Cristo e não o papa é a autoridade suprema da Igreja, que a Bíblia e não a tradição é a autoridade sobre o cristão e que a salvação não se compra, não há necessidade de indulgencias, mas somente a fé em Cristo.

O mundo foi impactado com os frutos da reforma em todas as áreas como literatura, música, arte e educação, sendo berço para que a sociedade desenvolvesse diversas competências ao longo dos anos.

Neste Halloween, use tudo que você tem a sua disposição para mostrar seja para os seus filhos ou para outros que Somente a Fé, somente as Escrituras, Somente a Graça, Somente Cristo e Somente a Glória de Deus que nos leva a festejar a vida do Santo Senhor que nos libertou e nos santifica.

Por fim, Não deixe que o grito de medo dessa festa abafe o grito santo e corajoso da Reforma. Não rejeite e receba acriticamente esta data, mas aproveite esta excelente oportunidade para se divertir, comer doces e claro, de forma intencional gerar conexões importantes para testemunhar e ensinar sobre a fé em Cristo.


Por: Paulo Alves 

Fonte: https://voltemosaoevangelho.com/blog/2021/10/nao-despreze-o-halloween/



quinta-feira, 14 de outubro de 2021

O que fazer quando sinto medo?



Quando estamos diante do MEDO temos duas reações principais. Luta e fuga. 

Lutamos, quando enfrentamos ou atacamos - aí lembramos daquela velha frase: a melhor defesa é o ataque (só que não). Por isso, muitas vezes, assumimos um comportamento impulsivo ou explosivo. 

É como se algo em mim dissesse: antes que eu seja atacada de surpresa, eu mesmo gero o perigo para que eu possa controlar melhor a situação - mesmo isso não sendo possível.

Fugimos quando negamos a situação ou a decisão que precisamos tomar.  Dizemos: não sinto medo, só não faço isso porque... bla bla bla... (é medo mesmo). 

Essa negação exclui uma dor muito profunda. Só que a exclusão gera repetição. Então, com frequência, quando negamos algo, repetimos a situação indesejada (mudando os personagens) até que ela possa ser vista e incluída. 

Essa repetição pode nos colocar em risco, mas como estamos em negação, não vemos o risco. Por isso, muitas pessoas dizem que não tem medo da morte.  Nesse caso não é só negação, é um flerte com ela, como se o perigo pudesse lhe ajudar a resolver no presente uma dor do passado - mesmo não sendo possível. 

Moral da história... tanto o ataque quanto a negação são formas arcaicas de lidar com o medo. Funciona? Sim, claro. Se não funcionasse a gente não estava aqui. Porém, com a nossa evolução, já conseguimos perceber esses padrões atuando e podemos optar por novas formas de agir. 

Então nosso maior desafio é aprender a lidar com as situações abrindo mão do controle e da negação. Digo: Desisto de controlar - confio no processo. Desisto de negar - olho com corinho para minha dor. 

Para isso precisamos de muita coragem - no verdadeiro sentido da palavra. COR de coração + AGEM de agir. Ou seja, agir com o coração. Isso não quer dizer agir de forma impulsiva. Isso seria uma forma de obter controle. Coragem também não é agir sem medo. Ausência de medo é negação. Coragem é agir acolhendo o medo com carinho e agir mesmo com medo. 

Sinta aí se ressoa 


Por.: @souvivianelopes - www.souvivianelopes.com


Imagem: Pixabay

sábado, 2 de outubro de 2021

Contentamento



Disse Filipe [a Jesus]: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta (João 14.8).


As pessoas estão cada vez menos contentes e satisfeitas com o que possuem: sempre querem mais, desejam a vida do “vizinho” e não percebem como deixam de viver e aproveitar o presente, a família e as conquistas. Ter mais não é sinônimo de sucesso ou alegria. O verdadeiro contentamento é intrínseco ao ser, e não ao ter. Conheço pessoas que compraram tudo o que desejaram e não são felizes e satisfeitas. Da mesma forma, conheço famílias simples plenamente realizadas com o pouco que possuem e por desfrutar disto em união.


É preciso lembrar que um veículo antigo nos leva ao mesmo lugar que o carro do ano; um cachorro-quente alimenta assim como o caviar; a água de qualquer praia é salgada como a de Fernando de Noronha. Muitos só não aproveitam a sua vida porque querem viver a dos outros. Nunca estão contentes com o que têm, e por isso esquecem que as oportunidades vão embora e só lhes restará o que tiverem. Felicidade é um estado, e não um bem material.


No texto de hoje, sem entrar no mérito da discussão de Eliú com Jó, um dos conselhos dados foi que o contentamento verdadeiro está em obedecer e servir a Deus (v.11). Isso nos lembra o livro de Eclesiastes: seu escritor, após conquistar tudo o que um homem deseja, concluiu que temer a Deus e obedecer aos seus mandamentos é “o essencial para o homem” (Ec 12.13, NVI). Para esta alegria ser completa e eterna, é preciso desejar o mesmo que Filipe: conhecer a Deus (veja o versículo em destaque).


Só no Senhor podemos encontrar a real satisfação, pois ele é o Deus da vida, que nos dá o que necessitamos e nos ensina por meio da Bíblia a sermos gratos por tudo. Essa gratidão em Deus é o que nos leva ao contentamento. O texto de Filipenses 4.12-13 (ver abaixo) mostra como Paulo desenvolveu esta característica, e como nós também podemos aprender a ser contentes em qualquer situação.

Conclusão:

Contenta-se aquele que serve a Deus e é grato por isso.


Por: Gabriel de Araújo Almeida, Ouro Branco/MG

Fonte: Presente Diário - 2021/ produção da Rádio Trans Mundial.



*Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.

Tudo posso naquele que me fortalece.

Filipenses 4:12,13

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Saudade não precisa doer


De quem e do que você sente saudades?

Eu posso dizer que coleciono pessoas, lugares e situações que também deixaram em mim boas lembranças. Essa é a essência da saudade, e só quem viveu sabe.

Há quem relacione saudade com tristeza, mas é possível colocar a saudade no

grupo dos sentimentos alegres, pois estamos, naquele momento, nos lembrando de algo que nos fez felizes.

Ao “éramos felizes e não sabíamos”, prefiro o “sou feliz agora e sei”. Assim, sentir saudades passa a ser um privilégio, e não um fardo.

"Saudade não precisa doer" é o texto de Eugenio Mussak (@eugeniomussak) para a edição de agosto/2021. Leia mais na sua Vida Simples.



Fonte: Instagram @vidasimples 

https://www.instagram.com/p/CSsDWNyr9z6/?utm_source=ig_web_copy_link



quinta-feira, 15 de julho de 2021

Fora da armadilha

Imagem: Pixabay



Sei viver na necessidade e também na fartura. Filipenses 4:12


A Vênus papa-moscas é encontrada numa pequena área de terra úmida e arenosa perto de onde moro. É fascinante observar essas plantas carnívoras.

Elas liberam um néctar doce em armadilhas coloridas que lembram flores abertas. Quando um inseto pousa, seus sensores são acionados na borda externa, a armadilha se fecha em menos de um segundo capturando sua vítima. A armadilha, então, fecha-se ainda mais e emite enzimas que consomem a sua presa, dando à planta os nutrientes não fornecidos pelo solo arenoso.

A Bíblia fala de outra armadilha que pode capturar de repente. O apóstolo Paulo advertiu o jovem Timóteo: “…aqueles que desejam enriquecer caem em tentações e armadilhas e em muitos desejos tolos e nocivos, que os levam à ruína e destruição”. E “alguns, por tanto desejarem dinheiro, desviaram-se da fé e afligiram a si mesmos com muitos sofrimentos” (1 TIMÓTEO 6:9,10).

O dinheiro e os bens materiais podem prometer felicidade, mas, se estiverem em primeiro lugar em nossa vida, caminhamos em terreno perigoso. Evitamos essa armadilha tendo o coração agradecido e humilde, atentos à bondade de Deus conosco por Jesus: “…devoção acompanhada de contentamento é, em si mesma, grande riqueza” (v.6).

As coisas temporais deste mundo nunca satisfarão como Deus o faz. O contentamento duradouro encontra-se apenas em nosso relacionamento com Ele.


Por:  James Banks/Ministérios Pão Diário

sábado, 29 de maio de 2021

A incrível sociedade das pessoas cansadas

Imagem: Pixabay


A obsessão em ter todas as horas do dia preenchidas, o absoluto controle sobre tudo e a conexão constante aumentam os níveis de estresse e ansiedade, e adoecem o corpo e a mente. 

Mais do que conhecimento e preparo, a vida hoje exige velocidade. Para conciliar os vários papéis — profissional, pessoal, social e espiritual — mais do que rapidez, precisamos também de competência. Na verdade, a competência não basta, precisamos ter alta performance. Isto é: não basta abraçar todos os papeis, precisamos exercê-los com competência e rapidez e, ainda, subir mais um nível. E achamos esse apelo muito normal. Afinal, temos a tecnologia que facilita tudo.

Estamos conformados com o excesso de exigências. O estilo de viver acelerado é bem visto. Hoje, valoriza-se muito o individuo estressado e hiperativo. Há quem adore exibir a agenda cheia — é um indicador de carreira bem-sucedida. Há um prazer quase ostensivo na afirmação“não tenho tempo para nada”. Aquele que estabelece um horário para encerrar o expediente, é visto como pouco comprometido, profissional de segunda categoria.


É assim mesmo.

O filósofo sul-coreano, radicado na Alemanha, Byung-Chul Han — descreveu essa realidade na obra Sociedade do Cansaço — e explica que essa forma de viver não precisa mais da coerção externa, como o sistema capitalista que cobra e empurra para a aceleração. “Somos nós que exercemos pressão sobre nós mesmos”, explica. E é onde estamos hoje. Somos explorados, nos maltratamos e achamos que estamos nos realizando.

Até aqui nada novo. A notícia é que está pior — e o filósofo Han já se deu conta e acrescentou o novo capítulo “a sociedade do esgotamento” ao livro. A competição — devido a escassez de trabalho no mundo — acrescida da pandemia, trouxeram para dentro de casa a era do trabalho. Os líderes — temerários no início, pois pensavam que seus colaboradores fugiriam ao controle e trabalhariam menos — estão satisfeitos. Além da redução de custos, notaram que a produtividade aumentou. Afinal, sem o tempo de deslocação entre casa e trabalho, trabalha-se mais horas a partir de casa.


Comemora-se?

E, claro, está tudo bem. Afinal, não são todos os trabalhos que são possíveis remotamente e os que não tiveram a sorte de entrar nessa categoria perderam os seus empregos. Como reclamar? A crença de que esse é o funcionamento normal está disseminada em todo o globo. Precisamos ser positivos, produtivos (competentes), empreendedores (pró-ativos), inovadores (criativos)… A romantização do trabalho árduo e a sensação do dever cumprido fazem o resto. Estamos completamente exaustos, no limite das forças, mas achamos que estamos no caminho certo.

O que ocorre é que o ritmo desse estilo de vida está nos adoecendo. Han parte da constatação de que vivemos na sociedade do esgotamento e do sofrimento psíquico. Todos os dias sofremos de uma espécie de “violência neuronal”. E essa é a grande denúncia de Han. Para ele, desde o século XX, no panorama patológico, estão as doenças neuronais, como depressão, Alzheimer, transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, transtornos de personalidade (bipolaridade e borderline), anorexias, compulsões, Síndrome de Burnout (estado físico, emocional e mental de exaustão extrema).


Quem é o agressor?

O agente agressor somos nós mesmos. A causa da doença, a violência neuronal, é feita por nós e para nós. É uma autoagressão. A pessoa cobra-se cada vez mais para apresentar melhores resultados, torna-se, ela própria, vigilante e carrasca de suas ações. Explora-se a si mesma. E é por essa razão que há recordes históricos de depressão e ansiedade, transtornos de personalidade e doenças autoagressivas, como as compulsões e os transtornos alimentares. Na sociedade do desempenho todas as atividades humanas passam pelo filtro da eficiência, o que torna o homem hiperativo e hiperneurótico.

É claro que o estímulo e a ambição são importantes e têm o seu papel. O problema é o excesso. Quando eles ultrapassam os limites e passamos a nos comportar como hamsters que correm na roda. Trabalhamos arduamente, fazemos cursos de especialização, cuidamos do nosso espaço, levamos os nossos filhos para cursos disso e daquilo (eles também precisam ter alta performance) e, mesmo assim, não atingimos os objetivos. Apesar do cansaço extremo e da frustração, os resultados não aparecem. Então, achamos que não estamos nos empenhando o suficiente — a culpa é nossa — e redobramos os esforços para arrastar o fardo.

Porém, não vai adiantar porque o trabalho extenuante não é garantia de carreira bem-sucedida. É o contrário. Férias de 30 dias ou mesmo um ano sabático podem fazer muito mais pela sua carreira do que dedicação exclusiva e em tempo integral.


Mudanças lentas

Porém, nem tudo são más notícias. Há muitos que estão finalmente acordando desse pesadelo — e outras tantas estão tentando despertar os que ainda dormem. Um pouco por todo lado, sentimos os ventos da mudança. Nas livrarias já há muitos títulos que tentam desmontar esse mundo “perfeito” e de alta performance, com títulos como os benefícios do fracasso, da vulnerabilidade e da imperfeição.


Sem contar o relato de experiências de quem resolveu dar um basta e cortar radicalmente com esse estilo de vida. Alguns, antes de uma mudança real, decidiram “experimentar” sabáticos ou licenças temporárias. A parte os ensaios, muitos estão buscando outros caminhos. Há muitos que estão mudando das cidades grandes e estressantes para a calma das cidades pequenas. Outros tantos que não abrem mão da urbanidade, mudaram-se para sociedades mais humanizadas — infelizmente fora do Brasil.

Eu mesma sou um exemplo deste movimento. Sempre amei São Paulo, mas é uma cidade dura, veloz, excessiva. Sentia um cansaço permanente e antes que a cidade me engolisse, resolvi experimentar o ritmo de Lisboa. Lembro-me que nos primeiros meses fiquei em estado de encantamento, feliz com a minha escolha. Entre muitas novidades, achava o máximo que grande parte das lojas do meu bairro, Alvalade, fechava a hora do almoço. Pensava que isso, em São Paulo, seria impensável e sentia que eu realmente estava no lugar certo.


Mudança radical

É verdade que muitos não querem ou não podem fazer mudanças tão radicais. Mas um bom começo passa pela mudança interna. Olhe para a sua vida com olho crítico e reflita. A reflexão funciona como uma vacina e ajuda a assentarmos os pés na terra. O tédio, a solidão, a introspecção e a contemplação viraram os grandes vilões da vida acelerada. Eles não são. Traga-os para a sua vida. Assuma: hoje não vou fazer nada. Encerre o seu dia de trabalho uma hora mais cedo do que o habitual e use essa hora como um bônus para uma caminhada sem destino pelas ruas. Separe momentos do seu dia para refletir, pensar, abstrair. Dê-se tempo livre, reserve momentos para não fazer nada produtivo.

Comece com pequenos ensaios. Desligue-se do mundo de vez em quando. A obsessão em ter todas as horas do dia preenchidas, saber tudo o que acontece, ter o controle de tudo, aumentam os níveis de ansiedade, sobrecarregam a mente, adoecem o corpo e trazem um enorme cansaço para a vida. Descanse!


Fonte: Vida Simples

Margot Cardoso (@margotcardoso) é jornalista e mestre em filosofia. Mora em Portugal há 18 anos, mas não perdeu seu adorável sotaque paulistano. Nesta coluna, semanalmente, conta histórias de vida e experiências sempre à luz dos grandes pensadores.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Navio


Imagine que você está à beira-mar e vê um navio partindo. 

Você fica olhando, enquanto ele vai se afastando, cada vez mais longe, até que finalmente aparece apenas um ponto no horizonte. 

Lá o mar e o céu se encontram. 

E você diz: “Pronto, ele se foi. "Foi aonde? 

Foi a um lugar que a sua visão não alcança, só isso. 

Ele continua tão grande, tão bonito e tão imponente como era quando estava perto de você. 

A dimensão diminuída está em você, não nele. 

E naquele momento em que você está dizendo: 

"Ele se foi”, há outros olhos vendo-o aproximar-se e outras vozes exclamando com alegria: “Ele está chegando”.


Rabino Henry Sobel

domingo, 2 de maio de 2021

Testemunha silenciosa

 


Procurem viver de maneira exemplar entre os que não creem. (I Pedro 2:12)

Amy vive num país onde é proibido pregar o evangelho. Ela é enfermeira formada e trabalha num grande hospital, cuidando de recém-nascidos. Ela é uma profissional tão comprometida que seu trabalho se destaca, e muitas mulheres têm curiosidades a seu respeito. Elas se sentem impelidas a fazer perguntas particulares. É então que Amy fala sobre seu Salvador abertamente.


Por causa de seu bom trabalho, algumas colegas sentiram inveja dela e a acusaram de roubar medicamentos. Seus superiores não acreditaram nas acusações, e as autoridades por fim encontraram a culpada. Esse episódio levou algumas das enfermeiras a perguntar sobre sua fé. Seu exemplo me faz lembrar o que Pedro disse: “Amados […] Procurem viver de maneira exemplar entre os que não creem. Assim, mesmo que eles os acusem de praticar o mal, verão seu comportamento correto e darão glória a Deus” (vv.11,12).


Nossa vida cotidiana em casa, no ambiente de trabalho ou na escola exerce um impacto sobre os outros quando deixamos Deus agir em nós. Somos cercados por pessoas que reparam no modo como falamos e nos portamos. Dependamos de Deus e o deixemos controlar nossas ações e nossos pensamentos. Então, influenciaremos quem não crê, e isso pode levar alguns deles à fé em Jesus.


Por:  Keila Ochoa
Fonte: Ministérios Pão Diário 
Imagem: Freepik

domingo, 4 de abril de 2021

Páscoa - O Maior Amor

Naquele dia agourento em que o céu escureceu, Jesus clamou na cruz dando o Seu último suspiro. Os Seus seguidores, muitos já escondidos, afogaram-se em suas tristezas. Maria perdeu um filho; os discípulos, um rabino. A multidão que se aglomerava em busca de Jesus, desesperada para que Deus as ajudasse, recuou em desespero.

No entanto, Jesus não permaneceu morto. Ele saiu naquele túmulo escuro. Jesus pretendia curar a miséria humana pela raiz: destruir a própria morte, enterrar o mal entendido extinguindo-o em Seu próprio corpo. A cruz demonstrou o Seu amor implacável e surpreendente: Jesus passaria pela morte e pelo inferno para nos curar.

O amor de Jesus será realmente forte o suficiente para consertar o nosso mundo devastado? Sim! Porque nada, nem mesmo a morte, pode impedir Deus.

O que há em Jesus que transforma todos os que o encontram, que nos torna dignos de sermos ouvidos porque falamos dele? Que nos capacita para o servir com tanta beleza e graça a ponto de outros virem correndo, juntos, para segui-lo também?

Quando o buscamos verdadeiramente, o Seu amor vivificador, transformador e unificador traz nova vida à nossa adoração, nossos posicionamentos e alegrias. Cristo nos chama com amor para nos levantarmos com Ele e vivermos de modo digno, santo e inspirador. Que possamos respondê-lo com prontidão e segui-lo até o fim.

Nesta Páscoa, ao considerarmos o poder transformador de Cristo em nossa vida, que sejamos inspirados a deixar qualquer tristeza que seja semelhante a uma tumba em nossa vida e correr para Ele.


Fonte: https://paodiario.org.br

terça-feira, 23 de março de 2021

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Até que Jesus volte

"Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor." (2 Pedro 3:11-12)


Se entendermos as profecias da Bíblia sobre o retorno de Cristo, se de alguma forma as recebermos adequadamente, então isso é o que acontecerá em nossas vidas: vamos desejar ser pessoas de Deus.

Mas se isso não acontecer, estamos perdendo algum ponto, assim como os escribas e fariseus no tempo de Jesus.

Somos informados em 1 João 3:2-3: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é.

Todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro." Também lemos em 2 Pedro 3:11-12 "Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam?

Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda [...]" Pedro nos diz que tipo de vida devemos viver tendo em vista o dia de Deus.

Então, como o conhecimento do retorno de Cristo afeta você?

Faz com que você seja uma pessoa de Deus?

Faz com que você queira fazer o que faz como que para o Senhor?

Deveríamos buscar oportunidades de dar a esta cultura perdida os sinais que ela busca, que são a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

Não sabemos quando será o fim do mundo, mas em algum ponto nossas vidas na terra irão terminar e, então, estaremos na eternidade.

O tempo é como uma moeda; depois que é gasto, não pode ser gasto novamente.

Então vamos fazer nossos minutos valerem.


Fonte: Aleluiah Apps

Imagem: Freepik


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

SOMENTE CELEBRAR - Meus 42 anos


Quem nunca aos 18 pensou que para os 40 faltava uma estrada longa pela frente?

Pois é, hoje completo meus 42 anos.

Como a vida é efêmera. O tempo já começou a mostrar suas marcas no rosto, cabelo branco já começou aparecer.  A cada dia continuo vendo tudo com muita calma. Tenho aprendido que o cuidado comigo mesmo ensina-me a olhar-me com gentileza.  Autoconhecimento. Foi a duras penas que aprendi, aos 42 anos,  que posso chorar, posso expressar sentimentos, posso decidir, tenho que deixar ir, permitir que outros entrem, que opiniões não precisam me ferir,  que sim eu sou amada e tenho meus valores, que não é bom perder e ninguém quer, mas perder faz parte da vida. Ciclos existem... Começam e encerram. Início e fim. Tenho aprendido o que é resignificar e que parar de  ressentir aquilo me trouxe tristeza faz com que a vida fique mais leve.  Poder amar a si mesmo, aceitar-se e abraçar-se é tão gostoso. 

E hoje, não posso deixar de mencionar que faz 2 meses que meu bichinho cumpriu a sua missão de vida. Ainda dói! Sim, ainda choro. Existe sobra de tanta falta que ele faz! Sou grata  pela passagem do Duca na minha vida, um presentinho de Deus, que mesmo sem saber e até após a sua partida tem me ensinado.  Começo a entender porque ‘ostra feliz não faz pérolas’.

Por fim,  quero somente celebrar...A VIDA.

Gratidão Senhor!



sábado, 23 de janeiro de 2021

É preciso deixar ir o que dói, ainda que seja difícil


O tempo me fez entender que deixar ir não é desistir, não é um ato de fraqueza
, mas sim de força e crescimento: porque ainda que me doa deixá-lo ir, compreendo que há coisas que simplesmente não estão destinadas a ser.

Ao longo do caminho de nossa vida deixamos muitas coisas pra trás, deixamos lugares, situações, costumes e inclusive pessoas no passado. O dia de hoje é tudo o que sobrou ontem, o que você deixou no seu ontem para formar o seu presente, ainda que isso tenha implicado bastante sofrimento.

Deixar ir, na realidade, é parte da roda da vida, aquela na qual cada passo que damos adiante serve para deixarmos pra trás o que não pode mais ocupar nosso presente, o que nos machuca ou o que acaba enferrujando as engrenagens da nossa felicidade.

Assumir que viver é muitas vezes cortar vínculos e ficar com as mãos vazias, perder o que em algum momento nos trouxe muitas alegrias e esperanças, é algo muito difícil e doloroso. Quanto antes assumirmos, no entanto, mais preparados estaremos para superar esses momentos, essas encruzilhadas de caminhos em que olhar para trás é apenas se apegar ao que não pode mais ser.

Viver nostalgias pontuais é enriquecedor e inspirador, mas reviver de forma perpétua as recordações e as coisas que já deixamos ir e estão no passado, longe de permitir o crescimento, na verdade encalha e impede o caminho, como pedras que uma vez ou outra causam dor e sofrimento.

Liberte-se, avance e assuma o vivido como quem conserva um tesouro precioso: enriqueça por dentro e reflita para tomar o caminho mais indicado, aquele por onde se abrem oportunidades de equilíbrio.


Deixar ir certas coisas para que outras melhores cheguem a nós

Em algumas ocasiões o que deixamos ir já foi algo em que confiamos em certo momento, e que em muitos casos nos fez feliz. Alegrias, amor e esperança de antes explicam a dor de depois, e também a dificuldade para compreender que é melhor se desprender da pessoa ou situação.
Até o que antes foi bom de repente pode deixar de fazer o bem, pode passar a trazer sofrimento, e até quem disse gostar de você pode deixá-lo ir dia a dia um pouco mais, como quem vai cada dia arrancando uma pétala da flor até deixá-la apenas com seus espinhos.

Na realidade não é fácil assumir isso que nos dizem tantas vezes, de que a vida é deixar-se levar, permitir-se fluir, sem resistência. Como conseguir isso? As pessoas precisam de segurança no dia a dia, e precisam também de alguém que seja conosco hoje do mesmo jeito que foi ontem.

  • Deixar ir é um ato de valentia e autoconhecimento. É necessário saber perceber onde estão nossos limites e o que é aquilo que queremos de verdade para nós mesmos.
  • Somos conscientes de que ninguém tem a felicidade garantida na palma da sua mão; temos o direito, no entanto, de entrelaçar nossos dedos em determinado momento em outra mão que nos enche de emoção e que, de algum modo, nos oferece bem-estar.
    • Se esse companheiro ou companheira com quem entrelaçamos nossa mão acaba nos levando para o caminho da infelicidade, é necessário soltar para buscar nosso caminho. Isso deve ser feito ainda que exista o amor, porque, apesar do carinho e da paixão, nem todas as relações são sábias, nem todos os amores entendem a linguagem do respeito.

    Uma boa autoestima e uma atitude forte que defenda nossa própria dignidade será sempre o que nos guiará para longe dessas situações, que nos ajudará a não nos imobilizarmos quando submetidos ao sofrimentoPorque amadurecer também é deixar ir quem não quer ficar.


    Aprender a deixar ir nos traz felicidade

    Quem se apega ao passado escraviza seus pensamentos, sua mente, seu coração e sua alma. O ontem não se pode apagar, nem editar, nem ao menos podemos esquecê-lo facilmente. Não podemos mudar as pessoas, nem obrigá-las a nos querer como nós desejamos… Há aspectos de nossa vida que para serem superados precisam, primeiro, ser aceitos.

    Amar é também aprender a deixar ir, porque é quase sempre o amor que causa maior sofrimento. Só quando aceitarmos que algumas coisas não estão destinadas a ser nos permitiremos ser livres para encontrar novas felicidades.

    Deixar ir é deixar vir, porque ninguém vive nesse mundo sabendo de tudo, nem trazendo consigo o manual das decisões perfeitas, aquelas que nunca acarretarão erros. Viver é provar, tocar, iniciar, arriscar-se e também enganar-se, e é aí que devemos saber os seguintes aspectos:

    • Não fique bravo, não encha seu coração com a ira nem sua mente com o rancor. Deixar ir é uma arte que deve ser feita de forma pacífica e sem raiva, só então nos permitiremos ser livres, descobrindo que dia após dia a dor se faz muito menor.
    • Para deixar ir o primeiro que deve ser feito é aprender a aceitar: aceita que toda experiência vale a pena porque é vida vivida, porque quem nega e esquece não assume, não cura e não aprende. É necessário aceitar o ocorrido e entender que deixar ir também é crescimento.
    Algum dia tudo terá sentindo, a dor de agora, o caos e as incertezas por deixar ir o que antes nos definia. O amanhã nos trará coisas muito melhores porque, lembre sempre, tudo acontece por alguma razão.


    Fonte: www.amenteemaravilhosa.com.br


    Conteúdo de caráter informativo, não definir como  diagnósticos ou substituir a opinião de um profissional.  Consulte um especialista de confiança.


    sábado, 16 de janeiro de 2021

    O impacto emocional causado pela morte de um animal de estimação



    Só quem tem um ou mais animais de estimação, sem importar espécie ou raça, consegue entender a alegria que eles trazem para a nossa vida e para o nosso dia a dia, que pode, muitas vezes, ser conturbado ou estressante. O amor que um pai ou uma mãe de pet sente é indescritível e puro. Gato, cachorro, papagaio, hamster, peixe… qualquer animal consegue ter uma conexão única com o dono e trazer paz para uma casa. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo IBGE, 44,3% dos lares brasileiros têm a presença de ao menos um cachorro, o que já deixa claro o quanto gostamos de ter um animal conosco.
    Assim como ter um animalzinho é extremamente benéfico para nós, humanos, perder o companheiro de vida também faz mal na mesma intensidade. O sentimento de vazio é muito grande e a morte de um animal de estimação pode até causar depressão. Há psicólogos que garantem que perder seu bicho pode se igualar à dor de perder um familiar próximo, como perder um filho ou irmão: o luto pode durar dias, meses e até mesmo anos. As pessoas ao redor devem respeitar e levar a sério quem está de luto por um pet. Ainda que essas pessoas não tenham tido o contato e a relação que o dono tinha com o animal, é preciso ser empático e se colocar no lugar dele nesses momentos.

    A Naya, a cachorrinha que era fiel escudeira de Marcela Ela, de Guarulhos, SP, dormiu por seis anos com a dona e, depois de seu falecimento repentino, não foi nada fácil superar: “(…) Sei que isso é estranho, mas sinto que só sobrevivi ao ensino médio porque tinha ela. Ela morreu de repente, foi me procurar e caiu morta no meu pé (acredito que ela quis se despedir)… E isso me destruiu tanto que eu só consegui dormir bem depois de um ano. (…) Até hoje ainda estranho meu quarto estar vazio e não ter ela observando a rua pela janela. Ela morreu em (2017) e até hoje sinto falta dela”, conta Marcela.

    Mesmo que passemos anos e anos ao lado deles, se faz necessário ter em mente que um dia eles partirão e que isso pode acontecer em decorrência de alguma doença, complicação ou até envelhecimento natural, levando em conta que os gatos, por exemplo, têm expectativa de vida de 2 e 16 anos e os cachorros de 10 a 13 anos, enquanto a média dos humanos é viver até os 79. Ou seja, infelizmente, não é possível que nosso bichinho nos acompanhe a vida inteira. Muitas pessoas preferem conviver com os animais a conviver com outras pessoas, e elas não devem ser martirizadas por isso; os bichos de estimação oferecem amor, apoio, lealdade e conforto, ao passo que a cada dia a humanidade nos decepciona mais e mais. Por isso, quando o animal morre, o dono sente como se tivesse perdido uma das relações mais especiais da vida dele, e é isso mesmo que acontece.

    “Eu a segurei na primeira vacina, eu dei o primeiro banho, eu peguei o primeiro dentinho, eu que levei a primeira vez para passear, para fazer cocozinho fora de casa, ensinei a fazer xixi no lugar correto, a deitar, sentar e rolar. A ser paciente (pelo menos, na maior parte do tempo). Eu fiz tudo e dei tudo o que poderia dar a ela. Todos os abraços, carinhos, beijos e cheiros, e ela me retribuiu com tudo em dobro – inclusive mordidas nas horas de dar o remédio –, mas eu nunca liguei”, diz Placido Possam, de São Paulo, capital. Para ele, a forma de superar não ter mais sua cachorra Leona foi acreditar que ela está em um lugar melhor e que ele irá reencontrá-la: “Sei que ela está viva e me esperando, sem sofrimento algum. Tenho absoluta certeza disso, e ninguém vai me provar o contrário”, completa.

    Olhando por essa perspectiva, quem não tem animal passa a entender melhor o luto de quem perdeu um pet. Inclusive vem se tornando cada vez mais comum a organização de funerais e enterros para os animais, da mesma forma que essas cerimônias são realizadas para os humanos. E tudo bem para o dono se ele quiser se despedir dessa forma! Esse é um momento muito delicado e pode ser necessário. Contudo, em um ponto se deve ter muita atenção: se, no processo do luto, o dono tem a sua rotina interrompida por causa da morte ou apresenta sintomas de problemas psicológicos mais profundos, procurar um profissional, como o psicólogo, é sempre a melhor opção para tratar ou evitar doenças graves da mente que podem se originar devido a essa perda.

    A morte de um animal pode influenciar a saúde física e emocional do dono e, caso ele perceba que não tem apoio ou compreensão de quem está próximo, a tendência é o dono se isolar, não desabafar, tornando a situação ainda pior. A rotina, que antes possuía pequenas – ou grandes – tarefas feitas para o bichinho ou junto dele, precisa ser toda modificada após a perda, fazendo com que alguns hábitos tenham que ser “encerrados” de uma hora para outra, gerando ansiedade e confusão, além da tristeza.
    Há diversos relatos de donos que nunca realmente superaram a morte de seu animal. Joice Marcelino, de Caieiras, SP, é um dos casos. Ela teve por três anos a companhia de seu hamster Hades e o perdeu em 2018. A dona deixou uma declaração comovente para o bichinho em seu Instagram, em agradecimento a tudo que eles passaram juntos: “(…) agora você vai descansar, porque você cumpriu a sua função, me deu amor e foi a melhor criaturinha da minha vida, eu te amo muito, Hades”, encerrou Joice em sua publicação.

    Entretanto, alguns passos, ou melhor, pensamentos podem ajudar a passar por esse luto de forma menos dolorosa: o dono deve tirar o tempo que for necessário para expressar sua tristeza e lidar com a perda. Se tiver vontade de chorar, chore, não reprima o sentimento. Não se culpar pelo que aconteceu é um grande passo e talvez um dos mais complicados de entender, mas se seu animal de estimação morreu isso não é sua responsabilidade, tente se tranquilizar e imaginar que você fez o que pôde para ajudá-lo. Mariana Prignacca, de Lençóis Paulista, SP, tentou mentalizar isso nas vezes em que perdeu um animal: “(…) no começo é muito difícil. Mas aprendi a pensar que eu dei o meu melhor aos meus animais, e que a vida deles foi boa e feliz, e que temos que aprender que tudo é passageiro nesta vida”. Assim como Mariana, todos os donos de pet sentem uma dificuldade muito grande em aceitar a morte no começo, mas mesmo assim é preciso ser paciente. Não se esqueça de que você deverá retomar a sua vida habitual, mas não deixe de respeitar sua dor.

    Diferentemente do que muitas pessoas pensam, principalmente quem não tem animal de estimação, adotar outro bichinho não é uma boa ideia num primeiro momento. É preciso entender que um animal nunca substituirá o outro, eles são diferentes, com personalidade diferente, e a falta do animal que faleceu continuará sendo sentida. Se o dono ainda não estiver preparado para que uma nova vida faça parte de seu lar, é capaz de que ele se sinta ainda mais triste e não saiba como interagir ou criar laços com o animal recém-chegado. A própria pessoa que perdeu seu companheiro deve esperar a poeira baixar, para pensar melhor sobre a questão de ter outro bichinho e fazer a escolha de coração aberto.

    Os animais são seres vivos que nos ensinam mais coisas boas do que ruins, se é que não podemos dizer que só ensinam coisas boas, e eles sempre terão um espaço reservado dentro do nosso coração. Anos podem se passar, que continuaremos nos recordando das boas lembranças e momentos que eles nos proporcionaram, e isso nos ajuda a ter uma vida mais feliz e completa. Abençoados sejam todos os animais de estimação, que contribuem tanto para que nossa existência faça sentido no mundo.


    Fonte: www.eusemfronteiras.com.br


    P.S - Caso queira compartilhar a sua dor com quem sabe o que você está sentindo deixe seu contato. (Passei por isso algumas vezes, e a última foi dia 05/12/2020, meu cãozinho Duca de 13 anos, faleceu vitima de cardiopática descoberta muito tardia) 

    Sugestão Leitura: Um pedaço de mim - Aprendendo a superar a dor da perda (pets) por Dr. Daniel Cooper, médico veterinário.  Mais informações e aquisição: www.umpedacodemim.com.br


    segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

    Resoluções para o resto da vida


    Ano novo, vida nova, mas se a gente não for diferente tudo vai ser igual. 
    (frase música PC Baruk)


    Segue uma lista de resoluções para fazer não só em 2021 mas para o resto da vida:

    1. Sorrir mais
    2. Abraçar carinhosamente e sem pressa pelo menos uma pessoa por dia.
    3. Olhar para a frente ao andar.
    4. Ouvir as histórias das pessoas mais velhas, elas têm uma experiência maravilhosa e você pode ganhar muito ao ouvir.
    5. Faça uma oração ao acordar.
    6. Quando sentir vontade de chorar não guarde nada, coloque para fora.
    7. Tenha um sonho, objetivo, um ideal, algo para tentar.
    8. Leia um bom livro.
    9. Leve sua mãe pra passear.
    10. Vá ao circo
    11. Faça uma viagem para qualquer lugar.
    12. Invente uma palavra.
    13. Plante ou adote uma árvore e cuide dela. Vale adotar um bichinho também
    14. Conte algo engraçado; se ninguém rir não tem problema, ria sozinho.
    15. Assista a um bom filme.
    16. Dance.
    17. Cante uma música quando estiver triste
    18. Conte seus sonhos a alguém em quem você confia.
    19. Confie em Deus.
    20. Faça um pedido.
    21. Algumas vezes quando seu coração arder, envie uma mensagem motivacional para alguém, pode ser que o que a pessoa precisa, a gente nunca se sabe.
    22. Tire uma tarde de sábado para passear com você.
    23. Tome banho de sol, com protetor, é claro.
    24. Brinque com as crianças. Seus filhos, sobrinhos, vizinhos...é demais
    25. Compre um pacote de balas e distribua para as crianças da sua rua, do seu prédio, da sua família…
    26. Acredite no amor...o amor cura, transforma, liberta
    27. Deseje paz as pessoas.
    28. Sorria para a pessoa ao seu lado e pergunte como ela vai.
    29. Pratique gentileza no trânsito, na fila do banco, do supermercado.
    30. Lembre-se sempre das expressões que facilitam sua vida: ‘por favor’, ‘obrigada’, ‘como vai, tudo bem?’
    31. Tome um sorvete quando o calor estiver insuportável.
    32. Visite seus pais, avós, amigos.
    33. Veja sempre o outro lado da situação, coloque-se no outro lado.
    34. Tome um banho de chuva.
    35. Transforme os momentos, raiva em paz, ódio em amor, morte em vida, lágrimas em sorrisos…
    36. Escute a música que te traz uma sensação boa.
    37. Vá a uma exposição.
    38. Vá ao teatro.
    39. Evite frituras e doces, mas de vez em quando permita-se uma coxinha bem frita.
    40. Tire um tempo pra pensar naquilo que se quer muito
    41. Agradeça a Deus por tudo que você tem.
    42. Acredite no seu poder.
    43. Divirta com seus amigos.
    44. Conheça e aprenda um idioma novo.
    45. Siga os três G’s: ganhar, guardar, gastar. Guarde um pouco do seu dinheiro na poupança.
    46. Peça ajuda, não temos que ser fortes o tempo inteiro nem saber de tudo.
    47. Tire fotos sem fazer pose.
    48. Vença seus medos.
    49. Cuide de você: faça as unhas, corte o cabelo, compre uma roupa nova...a gente merece se mimar.
    50. De vez em quando olhe para o céu a noite e perceba o quanto seus problemas são pequenos comparados ao tamanho do universo. Você pode tudo quando tem Deus com você, acredite. Ele faz maravilhas nas nossas vidas.


    Fonte da Lista: Adaptado/amenteemaravilhosa.com.br