quarta-feira, 30 de março de 2016

SOMOS TODOS IRMÃOS

Por.:  Ed René Kivitz

AOS MEUS AMIGOS E IRMÃOS
O debate político no Brasil descambou para um vale-tudo de torcidas organizadas em que argumentos e lucidez são sufocados pela passionalidade, ignorância, desonestidade intelectual, mau caratismo e uma boa dose de interferências diabólicas.
É bom falar claro em tempos de usos e abusos de palavras e instrumentalizações que fomentam a discórdia e a confusão. Eis meu posicionamento:
SOU CRISTÃO. Minha identidade primeira não é étnica, cultural, de gênero, de classe social ou identificação ideológica. No espelho vejo refletida a face de um homem criado à imagem e semelhança de Deus, que nasceu de novo pelo Espirito Santo, para viver no reino de Deus submisso à autoridade absoluta e exclusiva de Jesus Cristo.
Não sou marxista. Não sou comunista. Não sou esquerdista. O que creio e penso tem grande influência dos teólogos latino-americanos, cuja leitura da Bíblia é grandemente influenciada, além da filosofia, pelas ciências sociais. Comprometidos com a práxis da igreja em missão, os teólogos latinos geralmente deixam o debate metafísico em segundo plano e se ocupam em responder evangelicamente, isto é, com o Evangelho, às demandas de uma América Latina flagrantemente pobre, oprimida e também ferida pelos seus próprios equívocos.
Ainda assim, sou culpado do pecado de ingenuamente acreditar que, quando luto pelos ideais utópicos da justiça e da paz social, estou obedecendo a ética dos profetas de Israel e a proposta do estilo de vida que Jesus expressa nos Evangelhos, seguido e testemunhado pelos apóstolos, e sinalizado pelos cristãos ao longo dos séculos.
Quando ouço falar em "golpe", minha posição como cidadão é que o verdadeiro golpe, origem do momento sócio-político que vivemos no Brasil, atende pelo nome de mensalão. A compra de votos de parlamentares, alegadamente a título de uma questionável governabilidade, mas que, de fato, se prestava a sustentar um projeto de perpetuação de poder. Não apoio o atual governo do Brasil. Não sou petista. Não sou tucano. Não sou advogado de defesa de partido político.
Seguindo a tradição do protestantismo da Reforma, afirmo a separação entre a Igreja e o Estado. Somando com os que defendem o Estado de Direito, as instituições republicanas e a ordem constitucional, acredito no princípio de alternância de poder, no melhor espírito de uma sociedade plural.


Lamento profundamente que a chamada Teologia da Missão Integral e o movimento que teve como marco o Pacto de Lausanne, celebrado em 1974, no Congresso Internacional de Evangelização Mundial na Suíça, tenham sido indevidamente associados a uma ideologia, um partido político e seus respectivos personagens.
Conforme as Escrituras, oro para que Deus abençoe as autoridades civis e considero que os governos são constitutivos do ordenamento divino para a promoção da justiça e do bem comum em sua máxima abrangência, incluindo o combate ao mal e a punição dos maus nos termos da lei. Os governos que se desviam desses propósitos perdem sua legitimidade.
O momento que vivemos em nosso país exige a busca incansável da paz, da fraternidade e da cooperação. Meu compromisso como ser humano, cidadão e cristão é empreender uma jornada rumo a uma sociedade de justiça e paz, onde existe sempre lugar para a reconciliação e inclusão de todos na mesa em que o Pai, o perdão e o pão são nossos. Isso só é possível na trilha da solidariedade, da compaixão e da generosidade.
Encerro lembrando o episódio chocante de janeiro de 2015, quando um terrorista islâmico atentou contra um supermercado kosher em Paris exatamente quando os judeus compravam alimentos para o Shabbat. Uma funcionária muçulmana escondeu vinte judeus, salvou suas vidas e, quando elogiada pela coragem, simplesmente disse: "Somos todos irmãos. Essa não é uma questão de sermos judeus, cristãos ou muçulmanos. Estamos todos no mesmo barco e precisamos nos ajudar uns aos outros para superarmos juntos essa crise".
Não importa se sua camiseta é verde e amarela ou vermelha. Não esqueça que somos todos brasileiros. Somos todos irmãos.
Seja a benção de Deus sobre todos nós.

sábado, 26 de março de 2016

MANHÃ CONFUSA


Semana da Páscoa 


“No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres tomaram as especiarias aromáticas que haviam preparado e foram ao sepulcro. Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus.  Ficaram perplexas, sem saber o que fazer.” (Lucas 24.1-4a)
Costumamos dizer que a manhã da ressurreição foi gloriosa! E de fato foi. Mas foi também confusa. Os discípulos não esperavam que Jesus morresse. Mas ele morreu, como havia dito. Uma vez morto, decepcionaram-se e sentiram-se perdidos. Agora precisavam decidir o que fariam de suas vidas visto que “o sonho acabou.” Mas antes que assimilassem o golpe, tudo mudou de novo. As mulheres foram ao sepulcro honrar o Jesus morto, mas a pedra estava tirada e o corpo havia sumido. Outra mudança: as coisas não estavam como esperavam. A morte e ressurreição de Jesus foi uma montanha russa para seus seguidores. Para todos, sem exceção. Eles ficaram confusos porque não creram em Jesus.
Jesus é incompreensível. Se queremos ser seus seguidores o caminho é a fé. Não a fé que temos visto no mercado religioso que, em lugar de nos levar a fazer o que Deus quer, pretende levar Deus a fazer o que queremos! Uma fé incapaz de se satisfazer com o que Cristo fez e que pretende completar o que está consumado. Uma fé que vive e sobrevive do pedido e não da gratidão. Que acha estranho sofrer, sentir-se perdido e ficar confuso, mesmo tendo Jesus dito que seria assim. A fé do mercado religioso tem o tamanho do oceano e a profundidade de uma poça d’água. É desencontrada do Jesus Cristo de Nazaré. O melhor que pode fazer por nós é nos decepcionar. Se não nos decepcionar, nos escravizará nas ilusões da imaturidade.
A pedra deslocada e o sepulcro vazio eram as melhores notícias da história, mas as mulheres não entenderam. Os discípulos também não. Podemos olhar de longe hoje e ver isso facilmente. Mas temos dificuldades para ver o que está diante de nós. Para ver que, como eles, andamos confusos sobre Jesus e o que esperar dele. A fé que deveria nos curar está nos adoecendo, porque alimenta expectativas erradas. Não sabemos ouvir o “a minha graça te basta pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Queremos nos livrar dos espinhos. Não temos ideia do poder e significado dos cravos e da cruz. E não cremos no que Cristo disse: está consumado. Que a manhã da ressurreição confronte e destrone toda fé desviada, egocêntrica e puramente religiosa que por ventura nos habite.
Fonte.: www.ibpc.org.br

DA PÁSCOA À CEIA

                                                                                                Semana da Páscoa
“Quando chegou a hora, Jesus e os seus apóstolos reclinaram-se à mesa. E disse-lhes: Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer.” (Lucas 22.14-15)
Quando chegou a hora… todos temos experiências com essa expressão. A hora da viagem planejada chega, a hora do parto chega, a hora do exame escolar chega, a hora de voltar para casa chega, a hora de enfrentar o problema chega, a hora está chegando sempre porque somos seres do tempo. Jesus se fez um de nós e também para ele chegou a hora. Ele havia dito, feito e ensinado muitas coisas e comer a Páscoa com seus discípulos era algo que ele desejou ansiosamente fazer, antes de sofrer. Antes de chegar a hora que tanto tem a ver conosco, mas era dele.
Como Jesus poderia preparar os discípulos para a hora que havia chegado? Sua maneira de faze-lo envolveu a Páscoa – celebração judaica que lembrava a libertação da escravidão no Egito. Jesus, de maneira singela, numa pequena sala com doze homens que não entenderiam muito de que iria dizer (quem de nós entenderia?) deu novo significado aos elementos. A Páscoa era celebrada basicamente com pães sem fermento comido com ervas amargas, carne de cordeiro e vinho. Jesus pegou o pão e disse que ele era agora um símbolo do seu corpo que entregaria para perdão de pecados. E do vinho disse que era o símbolo do seu sangue derramado como um novo pacto em benefício dos pecadores.
As ervas amargas eram a recordação da dor da escravidão. Jesus não as inclui na celebração, pois a dor ficaria com Ele apenas. A carne do cordeiro também não foi incluída, pois Ele mesmo era o cordeiro – “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). A hora havia chegado e os apóstolos receberam os últimos ensinamentos. Como eu me sairia naquela mesa, ouvindo Jesus? A Páscoa é dos judeus, a Ceia, de toda humanidade. A Páscoa aponta para o passado, a Ceia, para todos os tempos. A mesa da Ceia está posta na história e Jesus continuamente nos convida a ela. É a mesa do perdão e da comunhão.
Fonte.: www.ibpc.org.br

É PRECISO CRER PARA VER

                Semana da Páscoa

Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para um povoado chamado Emaús, a onze quilômetros de Jerusalém. No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles; mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo.” (Lucas 24.13-16)
Após um dia bem agitado, em que algumas amigas haviam dito que o corpo de Jesus não estava do sepulcro e de o amigo Pedro ter ido pessoalmente conferir a história, e tendo voltado admirado de que realmente o túmulo estava vazio, dois dos discípulos deixaram Jerusalém em direção Emaús, ainda dominados por dúvidas e desânimo. Foi uma caminhada de cerca de duas horas em que eles partilharam seus sentimentos. Eles estavam decepcionados. Seus corações e mentes estavam presos ao martírio, morte e sepultamento de Jesus, embora já fosse o dia da ressurreição e os sinais fossem evidentes.
Jesus então surge e caminha próximo a eles. O texto dá a entender que um tipo de cegueira impedia que eles o reconhecessem. Jesus lhes era familiar e certamente poderiam reconhecê-lo, mas havia um impedimento imposto a eles. Ao que parece, um impedimento sobrenatural. Não crer nas palavras de Jesus sobre sua morte e ressurreição era a razão daquele impedimento. Mas não se tratava de uma punição. Era uma condição. Uma condição que também se estabelece em nossa vida. Ficamos impedidos de ver o que está diante de nós, por não crermos nas palavras de Jesus. Era Jesus quem estava com eles, mas eles viam um simples estranho, um viajante.
Nossa grande luta e desafio está em crer naquilo que Jesus disse e fez. Enquanto não cremos não percebemos quão perto Deus está e quão amados somos. Não percebemos quanto Deus tem feito por nós e nem o que está fazendo. Por não crermos, compreendemos equivocadamente as circunstâncias e nos sentimos confusos, derrotados, sozinhos, injustiçados e até perguntamos: será que Deus me ama? Mas é certo que Ele sempre se aproxima, ainda que não nos permita ver claramente. E então, trabalha conosco para que possamos superar nossa falta de fé. Não é vendo que cremos, é crendo que vemos!
Fonte.: www.ibpc.org.br

quinta-feira, 24 de março de 2016

A LIBERDADE DE DAR...A SI MESMO

Semana da Páscoa

“Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim. Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.” (Lucas 22.19-20)

Na Páscoa, o pão era sem fermente e comigo com ervas amargas, para que os hebreus se lembrassem das dores da escravidão no Egito. Mesmo os que não haviam sido escravos lá saberiam que foram tempos difíceis. Mas Jesus mudou isso na sua Ceia com os apóstolos. Fez do pão o símbolo de Seu corpo e não incluiu as ervas amargas. A lembrança não seria de dor, mas de vida. Nosso corpo é nosso meio de vida! Isso declara seu valor e importância, por isso cuidamos bem dele (ou pelo menos deveríamos cuidar). O corpo de Jesus era sua existência entre nós. Ele a deu por nós.
Ele, o Filho de Deus, o Verbo Divino, se fez carne, materializou-se num corpo humano e viveu para nossa libertação. Sua vida declara o valor de Sua morte! Ele viveu sem pecado e morreu pelos pecadores. Ele fez a vontade a vontade de Deus em tudo e morreu pelos transgressores da vontade de Deus. Sua morte foi uma entrega de amor. Ele não envelheceu, não morreu por doença, nem devido a um acidente e nem teve suas pretensões futuras frustradas por um assassinato. Ele se deixou matar por nós. Na Ceia, o pão é o Seu corpo dado, jamais tomado.
Essa liberalidade amorosa de Jesus anunciada na Ceia indica o tipo de honra que devemos a Ele como nosso Senhor e Salvador. Nada por imposição, nada por obrigação ou medo. Somos chamados a dar livremente a vida, como Jesus. Receber aquele que se deu por nós deve nos fazer doadores de nós mesmos a Ele e ao semelhante. Nossas atitudes tornando-se como as dele. Por isso Cristo não se imporá à sua agenda, não lhe forçará a servir, não lhe ameaçará para que abandone pecados. Ele se deu por você e você precisará se dar por Ele. “Quem retiver para si mesmo a própria vida, a perderá. Quem a entregar, a preservará” (Lc 17.33).  A fé cristã exige a liberalidade de dar… de dar a si mesmo!
Fonte.: www.ibpc.org.br

quarta-feira, 23 de março de 2016

TEMPO DE MUDANÇA

Semana da Páscoa

Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. (1 Coríntios 5:7)

A Páscoa envolve três momentos distintos e relacionados: escravidão – sacrifício – libertação. O sacrifício é o evento central. Antes dele, escravidão. Depois dele, libertação. Para o sentido judaico da festa, as referencias são a escravidão sob os egípcios, o sacrifício que envolveu um cordeiro, chamado cordeiro pascal, e depois o nascimento da nação, agora livre para viver como um povo, desenvolver sua cultura e se estabelecer. Para o sentido cristão, a festa aponta para questões que estão além de dominação política ou trabalhos forçados. Apontam para o sentido da vida!
A festa cristã da páscoa declara a realidade do pecado como poder escravizador do ser humano. O pecado são ações e posturas que não correspondem ao padrão de Deus e caracterizam um estilo de vida independente de Deus. Por algum tempo podemos achar que está tudo bem, mas por fim, a vida de quem se esquece de Deus é vazia de significado. Ela pode dar certo sob critérios como conquistas materiais, prazeres ou poder. Mas não representa verdadeiramente a vida que fomos criados para desfrutar. O pecado é uma forma de escravidão que aprisiona nossa vida na pobreza espiritual.
Mas há o sacrifício. Jesus é o cordeiro pascal e ele foi sacrificado por nós. Não conseguimos entender isso adequadamente. Nos parece estranho e sem sentido a morte de Cristo. Uma das razões é porque nem mesmo entendemos adequadamente o significado do pecado em nossa vida. Mas a radicalidade do sacrifício deveria nos levar a concluir sobre a malignidade da escravidão. As Escrituras afirmam que Jesus morreu para que nós tivéssemos vida! Pela fé em Cristo somos libertos e, uma vez libertos, devemos desenvolver uma nova vida. Agora livres do domínio do pecado. Agora auxiliados pelo Pai Celeste para vencer a tentação. Agora a caminho de conhecer o verdadeiro sentido da vida. A Páscoa é uma celebração da mudança.
Por causa de Cristo você agora pode dizer “não” ao pecado que tão convincentemente lhe convida a mantê-lo entre seus hábitos. Por causa de Cristo, que pagou o preço de suas falhas você pode deixar o passado no passado, pode viver livre de culpas, pode aprender a olhar para a vida de forma diferente – do ponto de vista de Deus. Celebre sua Páscoa – diga não ao pecado. Celebre sua Páscoa – adore ao Senhor Jesus, o Cordeiro Pascal. Celebre sua Páscoa – escolha mudar!
Fonte.: www.ibpc.org.br

terça-feira, 22 de março de 2016

UM AMOR ATÉ O FIM

Semana da Páscoa

“Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” 
(João 13.1)
Este verso abre um dos textos mais tocantes das Escrituras, a meu ver. Seus acontecimentos tiveram lugar pouco antes de uma das mais importantes festas judaicas: a Pascoa. Uma festa para rememorar a libertação do cativeiro egípcio. Moisés, em nome de Deus, enfrentou Faraó, o soberano do Egito, e o venceu. Por quatrocentos e trinta anos os judeus viveram no Egito e lá haviam sido escravizados. A primeira Páscoa marcou sua libertação e inaugurou o Êxodo, uma jornada que os ensinaria profundas lições sobre liberdade e confiança em Deus. Certamente não era fácil para eles celebrarem a Páscoa e estarem, mais uma vez, escravizados. Agora, sob o domínio de Roma, submetidos ao poder de César.
Eles sabiam o que significava a Páscoa, mas somente Jesus sabia o que aquela Páscoa significava. Seu tempo havia chegado. A declaração de João Batista, feita logo no início de seu ministério público, aproximadamente três anos antes, se efetivaria: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Ele deixaria o mundo e voltaria para o Pai. E essa partida se daria sob o peso e a dor de uma cruz. As palavras de Isaías se tornariam história: “Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca.” (Is 53.7) Mas Jesus não está tomado de pavor e nem amargurado. Ele é Senhor e não escravo das circunstâncias.
Os discípulos haviam ouvido Jesus dizer várias vezes sobre aquele momento, mas não conseguiram entender o que o Mestre estava dizendo. Por isso, tudo estava oculto aos seus olhos. Só Jesus sabia! E o que fez diante disso, desse total distanciamento de pessoas tão próximas? Os amou, escreve João, e amou até o fim. Essa é o início e o fim da história de Jesus entre nós. Porque Deus amou o mundo Ele veio. Jesus é a prova do amor de Deus (Rm 5.8) por nós. Um amor que não desiste, e ama até o fim. Se esse amor não nos mudar, nada nos mudará. Se não for bastante para nos fazer amar uns aos outros, nada será. E é bom que saibamos: no Reino de Deus, sem amor, nada tem valor (1 Co 13). Estamos há alguns dias da Páscoa. Ele tem nos amado e amará até o fim. Que diferença isso tem feito em nossa vida?

Fonte.: www.ibpc.org.br

segunda-feira, 21 de março de 2016

ALGO PARA SE LEMBRAR



Semana da Páscoa


E falou o SENHOR a Moisés no deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da terra do Egito, no primeiro mês, dizendo: Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo determinado. (Números 9:1-2)

Esta semana comemora-se a Páscoa. Haverá intensa troca de chocolates em forma de ovo e o coelhinho será um personagem muito presente. Tudo muito distante do significado original dessa festa e muito mais ainda do novo significado dado por Jesus.
A Pascoa judaica foi instituída por Moisés, seguindo ordens dadas por Deus. Depois de quatrocentos e trinta anos em cativeiro, os hebreus foram libertos e na noite que antecedeu a saída do Egito, essa festa teve início. Por ordem de Deus, cada família deveria preparar-se para viajar e vestida assim, pronta para partir, deveria fazer uma refeição especial: cordeiro, pão sem fermento e ervas amargas. Além disso, o sangue do cordeiro deveria ser usado para sinalizar todas as casas que estavam obedecendo essa ordem. Deveria ser colocado nos lados e na viga da porta da casa. Naquela noite, cumpriu-se a sétima praga contra os egípcios. Todos os primogênitos daquela nação morreram, mas em todas as casas em que a Páscoa estava sendo comemorada não houve morte. No dia seguinte, Faraó libertou os hebreus. A partir daquele dia, anualmente, os hebreus deveriam celebrar essa festa para que se lembrassem da libertação do cativeiro egípcio.
Durante esta semana, como cristãos, de que forma devemos celebrar a Páscoa? Não precisamos seguir os ritos judaicos, eles não dizem respeito a nós. Não devemos simplesmente comer chocolate, embora não precisemos considerar pecado fazê-lo – exceto se estivermos de dieta. Devemos agradecer por Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). O seu sangue, sua morte, nos livrou da morte eterna. Por causa de Cristo somos libertos da escravidão do pecado e do peso das culpas.
Comece hoje a celebração de sua Páscoa. Cante um pouco mais em adoração a Cristo. Separe minutos neste dia e ore em gratidão. Procure lembrar-se durante todo o dia do perdão e da redenção conquistados por Cristo. Use sinais que ajudem você a lembrar-se: programe o celular, mude o relógio de braço, amarre uma fita em sua caneta, faça o que achar que pode ajudar, mas lembre-se de agradecer, alegrar-se e celebrar porque Jesus nos libertou e nele somos verdadeiramente livres!
Fonte.: www.ibpc.org.br

terça-feira, 1 de março de 2016

O BASTANTE E O SUFICIENTE

[Ed René Kivitz]

Deus chama Abraão para que deixe sua terra e sua parentela para seguir a uma terra de prosperidade e abundância onde se estabeleceria como pai de uma grande nação. Apesar de Sara, sua mulher, ser estéril, Deus promete a Abraão que sua descendência seria tão numerosa quanto as estrelas do céu. Passados 25 anos a promessa se cumpre no nascimento de Isaque, que Sara e Abraão tomam nos braços como razão de ser de sua existência e semente de um futuro de prosperidade sem fim.
O happy end entra em colapso quando Deus pede que Abraão ofereça seu filho, seu único filho Isaque, em sacrifício. Matar o filho significaria perder a razão de existir e arrancar a semente do futuro antes mesmo que ela brotasse. Não haveria mais uma grande nação, e a primeira das estrelas sem conta seria apagada deixando o céu vazio de luz e a alma de Abraão na mais densa escuridão. Mas Abraão obedece em silêncio. Simplesmente levanta o cutelo sobre a garganta de seu filho Isaque para imolá-lo em oferta a Deus, conforme havia sido solicitado.
No momento último do ato sacrificial Abraão é interrompido por um anjo que lhe ordena poupar a vida de seu filho: a disposição ao sacrifício valera tanto quanto o sacrifício em si. Abraão e seu filho Isaque voltam para casa e deixam para trás o Monte Moriá que passa para a história como o altar de um sacrifício que, embora jamais consumado, catapultou Abraão do status de um homem temente a Deus ao panteão de pai da fé, abençoando assim todas as famílias da terra.
Deus chama Moisés para que saia de sua terra e de sua parentela para libertar e conduzir o povo, descência de Abraão, à terra prometida. Moisés reluta, mas é convencido por Deus a aceitar a empreitada. A história segue uma trama jamais imaginada nem mesmo pelo mais criativo dos roteiristas: enfrentamento de Faraó, dez pragas sobre o Egito, abertura do Mar Vermelho para que o povo escravo siga a pés enxutos rumo à liberdade e ao futuro prometido por Deus. Naquela madrugada de saída do Egito, o sonho sonhado todas as noites durante pelo menos cinco séculos se tornava realidade. Moisés à frente e seu povo atrás. Deus sobre todos.
No deserto, meio caminho da terra prometida, Deus, que falava com Moisés face a face, como quem fala a um amigo, desabafa sua irritação para com o povo e desiste de seguir viagem. Garante a Moisés que a escolta de um anjo responsável por oferecer direção, proteção, e provisão. Deus garante o êxito do projeto, mas nega sua companhia. Ou o Senhor vai conosco, ou ninguém arreda o pé daqui, diz Moisés para Deus num ato de justificado atrevimento. Deus então se compromete a acompanhar Moisés e o povo à terra da promessa, Canaã, terra de leite e mel.
Abraão e Moisés são objetos de revelação de duas questões opostas e complementares que assolam todos aqueles que desejam a intimidade com Deus. Ao pedir a Abraão que sacrifique Isaque, Deus está perguntando: quero saber se você é capaz de viver comigo e mais nada. Ao negar a Moisés sua companhia, mas garantir que nada mais lhe faltaria, Deus está perguntando: quero saber se você é capaz de viver com tudo, menos eu.
As duas respostas, de Abraão e Moisés, revelam que se é verdade que Deus e mais nada é suficiente, não é menos verdadeiro que tudo, sem Deus, não é o bastante.