quinta-feira, 25 de julho de 2019

Falando sobre solidão

Por: Suely Barreto Litwinczuk - Psicóloga - membro da Comunidade Batista do Rio


A solidão quando se torna patológica, precisa de tratamento. A tendência ao isolamento torna as pessoas agressivas de difícil convivência, a solidão não nos permite um convívio social adequado. O solitário é um ser doente, que lança suas culpas e seus medos sobre os outros e teme encarar seu problema, pois isto implicaria em mudança.
O Senhor olha para mim! Tem pena de mim porque eu estou sozinho, sou pobre e fraco. O peso que há no meu coração fica maior a cada dia; por favor, livra-me dele, Tira-me das situações difíceis em que me encontro. Olha e vê minhas dores e meu sofrimento. Perdoa todos os meus pecados”.

“Não é bom que o homem esteja só”.

O ser humano foi criado como ser social, isto é, necessita do convívio com os de sua espécie. Deus nos fez assim e no gênesis fez a Declaração acima: “Não é bom que o homem esteja só”. Deus não nos fez para vivermos sozinhos, e a solidão causa uma sensação de desamparo, tristeza e desconforto. A pessoa solitária sofre, na medida em que não deseja a companhia dos outros, vive fechado em sua concha emocional, em sua caverna existencial, protegendo-se de suas fragilidades e emoções, com medo do confronto com a vida e com outras pessoas. Utiliza a solidão como defesa por que tem medo de se relacionar com os outros.

Existe uma solidão saudável, que é aquela em que nos retiramos do convívio social por algum tempo, para um encontro com Deus, como fez Jacó no vale de Jaboque: Ele fez passar seus servos, sua família e os animais e ficou só para encontrar-se com Deus e consigo mesmo. Este estar só leva o ser humano a olhar para dentro dele mesmo para conhecer-se melhor, para uma análise de sua vida, para estar cara a cara com Deus e de certa forma despir-se diante Dele. Poder falar com Deus de forma íntima, abrir seu coração, reconhecer suas mazelas, seus erros, fraquezas e pecados. Este estar a sós com Deus, faz com que o homem saia fortalecido do encontro, pois ali, será uma alma quebrantada, lutando para transformar sua vida. Jacó quando o anjo lhe perguntou o nome, respondeu: “Meu nome é enganador... mentiroso...” Mas a vida e o nome de Jacó saíram transformados, modificados neste encontro: “Já não te chamarás Jacó, mas Israel, porque lutaste com Deus e saíste vitorioso”.E a Palavra nos diz lá em Gênesis que Jacó saiu mancando, mudou sua maneira de andar. (Gen.32:22-31)

Existe a solidão patológica, que é aquela em que as pessoas não querem ou não conseguem sair das suas cavernas ou conchas é a solidão existencial, pessoas fechadas em si mesmas, de mal com a vida e com o mundo, pessoas que têm medo de encarar uma mudança, preferem viver em mediocridade com o que conhecem, do que arriscar uma mudança. Willian James afirma que os “seres humanos podem mudar sua vida mudando suas atitudes”

Jung diz que nossos conflitos com outra pessoa são quase sempre projeções de conflitos que existem no interior da nossa própria personalidade. Muitas vezes, com medo do conflito, é que nos escondemos em nossas cavernas emocionais.

A solidão também é algo assustador, quando crianças, tememos ficar sós e choramos quando papai e mamãe se afastam de nós, quando nos tornamos adultos, a coisa não muda muito. A solidão é alguma coisa doída e muitas vezes o medo de ficar só tem levado pessoas a relacionamentos desastrosos e aí surge a pior das solidões: A solidão a dois! Ocorre quando marido e mulher estão juntos na mesma casa, as vezes na mesma cama, mas estão sós. Aliás, como diz Marcelo Aguiar, “A solidão não é a ausência física de uma companhia humana. Na verdade é a constatação da ausência de relações SIGNIFICATIVAS com outras pessoas”. Isto cria um vazio existencial.

Já a solidão do idoso ocorre, devido à sua intransigência de aceitar mudanças, devido a isto, torna-se resistente às novidades e se enclausura no seu passado, trazendo à mente suas memórias que lhe trazem prazer e não o intimidam. Muitos idosos tornam a televisão sua aliada de solidão.

Nossas igrejas deveriam atentar para estes problemas e desenvolver programas para a terceira idade, onde os idosos pudessem de certa forma recordar “seus tempos”, com músicas e cânticos de um passado não tão distante. Formar um grupo de pessoas dispostas a passear juntas, se reunirem para tomar um lanche uma vez por mês, uma classe para este grupo na escola dominical, que falassem de assuntos pertinentes às suas necessidades atuais, professores que falassem uma linguagem adequada para ministrar estudos bíblicos interessantes e dinâmicos, pois o idoso é como criança, tem um foco de atenção concentrada pequeno. O importante nesta fase da vida, é que o idoso não se isole e viva uma vida física e espiritual com qualidade.

É importante dizer, que a solidão quando se torna patológica, precisa de tratamento. A tendência ao isolamento torna as pessoas agressivas de difícil convivência, a solidão não nos permite um convívio social adequado. O solitário é um ser doente, que lança suas culpas e seus medos sobre os outros e teme encarar seu problema, pois isto implicaria em mudança.

O cristão não pode ser solitário, pois Jesus é o Emanuel, o Deus conosco, o crente nunca está sozinho,o desejo de se isolar, não é saudável. Quando Elias fugiu e se isolou na caverna, Deus lhe disse: “Sai da caverna!” Deus não nos fez para a solidão, pois afinal ele disse: “Não é bom que o homem esteja só!”.


Fonte: www.seminariodosul.com.br

quarta-feira, 3 de julho de 2019

A Oração de Jabez



Jabez foi o homem mais respeitado de sua família. Sua mãe deu o nome de Jabez, dizendo: “Com muitas dores o dei à luz”. Jabez orou a Deus de Israel: “Ah, abençoa-me e alarga as minhas fronteiras! Que a tua mão esteja comigo. Me livrando do mal”. E Deus atendeu ao pedido. 
I Crônicas 4. 1 -11

Que benção descobrir o impacto dessa maravilhosa oração na vida de Jabez, mas também em nossas vidas (na prática).

Essa oração não está relacionada a prosperidade financeira, poder ou qualquer coisa que esteja relacionada diretamente a você. Esse é o segredo. Em tempos que as pessoas buscam a Deus como “ferramenta” para alcançar seus objetivos pessoais e crescimento próprio, a Oração de Jabez nos coloca na contramão de tudo isso.

“Ah, me abençoes”
É  a conclamação para a benção de Deus em sua vida todos os dias. Mas não é você quem determinará qual benção irá receber. Até mesmo se você receber da parte de Deus um NÃO, entenderá que isso é a benção de Deus.

“Alarga as minhas fronteiras”
Estar debaixo da benção de Deus levará você a querer mais desse mesmo Deus e mostra-lo ao mundo, às pessoas. Você quer ser mais influente espiritualmente? Seu ministério voará? Portas se abrirão? Pra você? Pro seu ego?  NÃO! Mas sim para abençoar vidas e para que a Glória seja  sempre do nosso Deus. Você será como um imã atraindo pessoas e problemas. Não tenha medo. Essa é a vontade de Deus para que essas pessoas sejam abençoadas por Jesus.

“Que a Tua mão esteja comigo”
É o seu pedido diante da incapacidade de sozinho continuar à frente de desafios que o Senhor tem te dado. É a presença do Espírito Santo enchendo sua vida. Você sabe que não tem condições de falar ou fazer, mas faz movido pelo Espírito Santo, igual o que aconteceu com Pedro e aquele aleijado na Porta Formosa. É o reconhecimento que o poder e o operar não está em você, mas no Pai.

“Me livrando do mal”
É reconhecer sua finitude e fraqueza, evitando o confronto, já que tudo o que você tem feito é invadir o quintal do inimigo das nossas almas, trazendo vidas para a luz. Você atrairá ódio e será perseguido. Mas não temas, esse é o caminho certo. Essa é a vontade de Deus.

Uma vida pautada nos princípios dessa oração é uma vida de relacionamento pessoal e profundo com Deus, na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Suas prioridades mudarão. Sua mente mudará.

E sua igreja também, já que igreja “somos todos nós”


Por: Pr Lucas Ferreira - 1ª Igreja Batista em Batatais