domingo, 27 de agosto de 2023

Simplesmente Vida #75


Há momentos em que é preciso reconhecer que certos contextos simplesmente não se encaixam mais em nossa vida.

Ao passar por mais essa experiência, tive certeza de que temos pouco controle sobre as circunstâncias e que a vida é um constante fluxo de experiências e aprendizados. E é só assim que nos abrimos para o nosso crescimento pessoal.

Devemos nos permitir vivenciar as transformações, deixando para trás quem éramos e abraçando quem queremos ser. O processo implica em olhar para dentro de nós, enfrentar dores dilacerantes na alma e, mesmo sem ter todas as respostas, tomar decisões que nos permitam seguir em frente.

Fechar portas pode ser assustador, mas também é uma oportunidade de abrir espaço para uma nova vida. É um momento de honrar nossas decisões e reunir toda a nossa força psíquica para enfrentar as consequências. E, mesmo que haja um rio de lágrimas e momentos de total solidão, vamos acabar encontrando a nossa paz. Afinal, tudo passa.

Diante de tudo isso, só posso dizer: permita-se fluir com a vida. O desconhecido nos assusta, mas também nos encanta com suas possibilidades inimagináveis. Confie que, mesmo diante das dificuldades, você está trilhando o caminho de transformação para encontrar uma nova versão mais plena e feliz consigo mesma.



Por: Luciana Pianaro (@lucianapianaro) - Vida Simples

Simplesmente Vida é uma newsletter semanal da Vida Simples. A cada edição, uma seleção de conteúdos inspiradores para que o seu domingo seja aproveitado de maneira mais leve.

sábado, 19 de agosto de 2023

Como criar limites saudáveis entre vida profissional e vida pessoal?

Foto: Pixabay

POR: ALESSANDRO FERNANDES  - Revista Vida Simples

https://vidasimples.co/vida-profissional/como-criar-limites-saudaveis-entre-vida-profissional-e-vida-pessoal/


Em uma sociedade hiperconectada, as relações entre vida profissional e pessoal se tornam cada vez mais próximas e, nem sempre, harmônicas. Fica o desafio: como podemos estabelecer um equilíbrio entre ambas?


Rotinas bem delimitadas de tarefas como acordar, ir ao trabalho, trabalhar, retornar para casa e dormir fizeram parte da vida de boa parte dos trabalhadores no século XX. Esse, no entanto, não é mais o cenário de muitas profissões impactadas pelas transformações digitais. O problema é que, com isso, saber separar a vida profissional da vida pessoal se tornou ainda mais difícil, especialmente em um contexto em que as demandas do trabalho se misturam aos convites de amigos e famílias nas mensagens de WhatsApp.

Para evitar conflitos e melhorar nossos relacionamentos, podemos desenvolver estratégias que ajudam a criar limites. A especialista em transformação de negócios e criadora da metodologia Upside Down Thnking, Patricia Cotton, acredita que estamos perdendo nossa capacidade natural de contemplação.

“Observo que nos tornamos alérgicos ao descanso e à despretensão, e tentamos (em vão) combater essa angústia com o excesso de atividades e com a alienação trazida pelo trabalho intenso e sem fronteiras”, destaca a especialista.

Então, se a vida não vai bem, nos entupimos de trabalho e tentamos ocupar a mente com essas tarefas. No entanto, esse comportamento  pode nos levar a um constante estado de alerta. “Isso significa a injeção de hormônios de estresse com muita frequência na corrente sanguínea e o corpo não resiste a isso no médio e no longo prazos”, escreve Ana Tomazelli, psicanalista e  CEO da ONG Ipefem.


Quando o trabalho invade a vida pessoal

Seguimos em um ritmo em que o trabalho exerce tanta preponderância que outras áreas da vida passam a se atrofiar. Para Patricia Cotton, há uma perda da criatividade, da conexão empática e da inspiração. Chegou a hora de percebermos que a vida exige um equilíbrio. Isso porque uma vida preenchida apenas por atividades laborais pode levar à uma crise em outras áreas.

É o que destaca Ana Tomazelli ao lembrar que podemos vivenciar uma falência nos relacionamentos afetivos pelo pouco tempo que nos dedicamos a eles. “Amizades, família, contatos mais íntimos como um namoro ou um casamento, sofrem, diretamente, um impacto relevante (e, muitas vezes, negativo) e experimentam a ausência de bem-estar mental e emocional das pessoas envolvidas”, destaca a psicanalista. Isso pode gerar, caso esse comportamento persista, sintomas que levam ao Burnout.

No entanto, Ana Tomazelli enfatiza que é preciso haver um diálogo e acordos entre os funcionários e a gestão de uma empresa, por exemplo. “Não é tão simples o profissional ‘dar limites’ para o trabalho, na figura de uma liderança, quando disso depende o trabalho que garante o sustento da casa“, destaca. Além disso, ela orienta que as pessoas busquem padrões que levem ao equilíbrio por meio da autorresponsabilidade, a fim de estabelecerem relações de trabalho saudáveis.


8 estratégias para equilibrar a vida profissional

Para determinar certos limites nas relações entre a vida profissional e pessoal, é importante conhecer estratégias e técnicas que buscam encontrar o equilíbrio quando o assunto é trabalho. Também é fundamental que você compreenda o que faz sentido para você e que possa se adequar a sua realidade profissional. Afinal, uma pessoa da área de tecnologia que trabalha em casa tem uma relação bem diferente de um enfermeiro plantonista em um hospital, por exemplo.

Por isso, separamos algumas dicas e orientações que podem ser passos iniciais para alavancar a sua busca por uma vida mais equilibrada:


1) Crie blocos de pausa (sobretudo do celular e das redes) durante horários comerciais, e também em momentos oficiais de descanso;

2) Faça programas criativos e regenerativos, como rituais, jogos, meditação e saraus com amigos e família, sem que o assunto trabalho esteja presente;

3) Pare de se objetificar profissional e pessoalmente nas redes. Não somos produtos – mesmo que tenha se tornado natural alimentar essa fantasia;

4) Evite usar a alienação trazida pelo excesso de ação como “band-aids da alma”;

5) Experimente a solitude, o silêncio e a desconexão virtual;

6) Se comunique com afeto, assertividade e mais foco no conteúdo/intenção do que na velocidade e prontidão. As mensagens são instantâneas, mas nós não precisamos ser;

7) Estabeleça rotinas: “a rotina nos liberta para viver, de fato, aquilo que pode nos trazer prazer e felicidade, com a tranquilidade de que a vida está organizada e fluindo”, orienta Ana Tomazelli;

8) Determine os acordos profissionais de contato e acionamento, como, por exemplo, o que configura uma emergência para precisar responder uma mensagem ou um telefone às nove da noite.

É preciso transformar os acordos de comunicação que estabelecem horários e canais em políticas rigorosas, respeitadas por todos – principalmente pela liderança;

Pode parecer difícil de acreditar, mas podemos construir uma coexistência saudável e possível de acolher as ocorrências da vida como um todo. “Sou otimista: chegaremos lá”, finaliza Ana Tomazelli.