~ Por: Ingridy Ribeiro - Coach de Vida &Carreira ~
Em 2012, durante
uma maratona na Espanha, Fernandez Anaya surpreendeu o público. Ele era o
segundo colocado da prova quando viu o queniano Abel Mutai, que liderava com
folga, diminuir o ritmo a poucos metros da vencer, por pensar erroneamente que
já havia ultrapassado a linha de chegada. E o que fez o espanhol? Ao invés de
aproveitar o erro do adversário para vencer a corrida, o alertou e ainda o
empurrou até a vitória.
Logo após o
episódio, um jornalista se aproximou de Fernandez e perguntou: "Por que
você fez o que fez?". E o espanhol respondeu: "Fiz o que?".
Fernandez tinha valores de conduta tão fortes e claros, que tal questionamento
não fazia sentido e, portanto, não entendeu a pergunta que lhe foi feita. O
jornalista insistiu em questionar por qual razão ele tinha feito aquilo e, o
jovem espanhol repetiu: "Isso o quê?". Para Fernandez não havia outra
coisa a se fazer senão aquilo que ele havia feito. Simples assim.
O jornalista
teimou: "Você deixou ele ganhar!". "Eu não deixei ele ganhar,
ele ia ganhar!", respondeu Fernandez. "Mas ele estava
distraído", repisou o jornalista. Fernandes foi fatal: "Se eu
deixasse ele ganhar, qual seria o mérito da minha vitória? O que é que, quieto
e sem câmeras, eu ia pensar de mim mesmo? Se eu subisse no pódio, no lugar de
número 1, qual seria a honra da minha vitória? Qual seria a dignidade do meu
sucesso? Se eu fizesse isso, o que eu diria para minha mãe?"
Esse texto foi
inspirado em uma entrevista que assisti do Mario Sergio Cortella. Ele acredita
que a figura da nossa mãe, é o último reduto que não queremos envergonhar e
cita Immanuel Kant, grande filósofo alemão do século 18, em uma frase
estupenda: "Tudo o que não puder contar como fez, não faça".
Afinal, se há
razões para não contar, essas são as razões para não fazer. E isso não diz
respeito a sigilo e privacidade, a mensagem é: tudo o que não puder contar como
fez, porque se alguém souber você ficará com vergonha de ter feito, então nem
faça.
Cortella ainda
cita o apóstolo Paulo dos cristãos: "tudo me é lícito, mas nem tudo me
convém". (Coríntios 6:12).
Ou seja, você
pode fazer qualquer coisa, porque você é livre. Mas você não deve fazer
qualquer coisa. E o que você não deve fazer? Aquilo que suja, que macha sua
trajetória, que agride a sua comunidade, aquilo que envergonha a si mesmo e as
pessoas que você ama e em última análise, o que entristece sua mãe.
Que possamos ir
para a cama - quietos e sem câmeras - todas as noites de bem e não
envergonhados com a gente mesmo!
ResponderExcluir"~Coisas que li, vi, ouvi e escrevi~"... é que por sinal são bem relevantes tais coisas!
Oi, Obrigada por seu comentário
ResponderExcluir